17 de maio de 2023

Aplicativo da UFRJ difunde informações sobre violência contra a mulher

Por Angélica Baptista Silva

O Evisu é o primeiro aplicativo que difunde informações sobre enfrentamento da violência contra a mulher desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele é resultado da pesquisa Análise dos serviços de saúde na atenção às mulheres em situação de violência sexual: estudo comparativo em duas capitais brasileiras (Rio de Janeiro/Fortaleza).

Resultado da parceria com a Universidade de Fortaleza (Unifor) e com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), o Evisu pretende fornecer “informações sobre o enfrentamento da violência sexual contra a mulher, contribuindo para a formação e qualificação profissional, bem como para a visibilidade sobre o tema”, segundo seus desenvolvedores.

Além de trazer informações sobre os serviços e políticas públicas que prestam suporte nesse tipo de situação, a plataforma também mostra meios de proteção às vítimas.

Desde janeiro deste ano, a UFRJ passou a contar com um canal específico para receber manifestações relacionadas à defesa dos direitos das mulheres, a Ouvidoria da Mulher. O novo aplicativo é de uso recomendado pela ouvidora-geral da UFRJ, Luzia Araújo, como meio de difundir informações a respeito da violência sexual contra a mulher cis (que permaneceu e nasceu com o mesmo gênero) e trans.

A escassez de informação sobre a prevenção da violência sexual na América Latina já era uma constatação feita em 2012 pelo grupo de pesquisa e extensão Prevenção da Violência Sexual, da Escola de Serviço Social da UFRJ, sob a orientação da professora Ludmila Fontenele Cavalcanti. O grupo também observou a dificuldade dos profissionais inseridos nas políticas públicas em localizar informações atualizadas sobre o combate a esse tipo de violência.

“A complexidade relacionada às situações de violência sexual, uma das expressões da violência de gênero, requisita uma abordagem multiprofissional capaz de prevenir, detectar e abordar em diferentes momentos. Isso implica acesso simplificado a informações atualizadas”, disse a professora, em nota.

Para ela, a plataforma serve de “modelo e ferramenta institucional em diferentes contextos de políticas públicas”, sendo referência para o desenvolvimento de outros aplicativos.

“Nosso aplicativo tem sido adotado em ambientes de formação profissional, como em disciplinas de graduação e pós-graduação de diferentes universidades, e em capacitações de profissionais e gestores. Ele contribui para a formação profissional dos estudantes de vários cursos da UFRJ, por meio da participação das análises da demanda e atualização de informações e da produção de trabalhos acadêmicos acerca do aplicativo”, disse Ludmila.