25 de setembro de 2022

Telediagnóstico: um auxílio para as áreas com maior necessidade do país

Por Equipe de Comunicação

O QUE É?

O telediagnóstico consiste na avaliação de exames médicos à distância, realizada com o apoio das tecnologias da informação e comunicação (TICs).  Trata-se do uso das modernas tecnologias para fornecer informação e atenção médica a pacientes e outros profissionais de saúde situados em locais distantes. A técnica permite o acesso a especialistas aos exames ao mesmo tempo em que otimiza tempo e reduz custos. O termo telediagnóstico começou a se popularizar quando o Ministério da Saúde incluiu o serviço no Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes.

LEGISLAÇÃO

A realização de telediagnósticos não se rege por leis específicas, mas sim por regulações do Conselho Federal de Medicina (CFM). Em geral, as resoluções do CFM tratam sobre os aspectos éticos inerentes aos médicos durante o feitio desse tipo de procedimento à distância. Além disso, o conselho também aborda as cautelas necessárias para que o sigilo e a segurança das informações dos pacientes estejam em segurança durante o armazenamento e a transmissão dos exames. Atualmente, as diretrizes para os telediagnósticos são previstas nas resoluções do CFM 1.643, de 2002, e 2.107, de 2014.

As diretrizes do CFM citam que o médico que emitir o laudo à distância poderá prestar o devido suporte diagnóstico e terapêutico em caso de emergência ou quando solicitado pelo médico responsável. Além disso, o CFM recomenda que o telediagnóstico seja realizado por um médico com Registro de Qualificação de Especialista (RQE) na área relacionada ao procedimento.

Outro cuidado necessário neste método é com o sistema de informações da tecnologia utilizada, de forma a preservar a confidencialidade dos dados do paciente. Por isso, na hora de buscar por um serviço deste tipo é importante avaliar a qualificação da equipe de profissionais e se o sistema utilizado é regulamentado pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo CFM, além de respeitar a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

HISTÓRIA

Há registros da prática do telediagnóstico desde a década de 1940, nos Estados Unidos, quando imagens radiológicas foram transmitidas por linha telefônica entre as cidades West Chester e Filadélfia, na Pensilvânia. O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar aponta que com base neste trabalho, radiologistas canadenses criaram um sistema de telerradiologia nos anos 50.

BRASIL

No Brasil, embora o telediagnóstico tenha sido implementado há mais tempo, a primeira iniciativa do governo federal relacionada a esta prática começou em 2011, com a ampliação do Programa Nacional de Telessaúde. Cada Estado tem usado o telediagnóstico para laudos de diferentes tipos de exames, conforme o seu maior número de demandas.  A oferta nacional de telediagnóstico é uma operação articulada do Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes (Ministério da Saúde), Secretarias Estaduais de Saúde, Núcleos Telessaúde Estaduais, Núcleos Telessaúde Especialistas, Secretarias Municipais de Saúde e Pontos de Telessaúde (Estabelecimentos de Saúde) e segundo o Departamento de Saúde Digital (DESD) do Ministério da Saúde,  três Estados se apresentam como referência nacional na oferta:

  • Goiás (Oftalmologia),
  • Santa Catarina (Dermatologia) e
  • Minas Gerais (Eletrocardiograma).

No Brasil, um país com alto número de comunidades isoladas e regiões onde há escassez de médicos, o telediagnóstico surge como excelente alternativa para a melhora dos cuidados da saúde da população.

 

 

OBJETIVO

O objetivo principal do telediagnóstico é tornar especialistas mais próximos da população, principalmente aquela que vive longe dos grandes centros, onde estão presentes a maioria dos profissionais da saúde, além de agilizar o processo de emissão de laudo de exames, o que, dependendo da complexidade, pode salvar vidas.

FUNCIONAMENTO

Fonte:

Hoje esta prática já está avançada e existem experiências com resultados importantes ligados ao telediagnóstico em diversos países. Uma delas é um programa implementado no México em 2010 para rastreio e diagnóstico de câncer de mama em mulheres de 50 a 69 anos. Uma rede composta por 30 pontos de triagem distribuídos em 11 Estados foi interligada via internet a dois centros de interpretação para que os exames fossem analisados por especialistas.

O telediagnóstico normalmente é realizado em dois tipos de situações: em exames realizados em laboratórios e clínicas ou no ambiente pré-hospitalar e hospitalar, como no pronto-socorro, onde um enfermeiro ou socorrista informará os dados coletados nos exames para um especialista para que ele possa encaminhar os primeiros procedimentos a serem realizados até a sua chegada e definir o tratamento apropriado. Os exames são realizados da forma habitual pelos profissionais habilitados. O que muda é que os dados coletados são enviados diretamente dos equipamentos para a plataforma de telemedicina contratada. Na central, o médico especialista em emissão de laudo daquele exame recebe as imagens em alta resolução e informações clínicas do paciente e a partir disso faz o diagnóstico em curto intervalo de tempo. O resultado é enviado para o médico que solicitou o exame também por meio de plataforma online. Assim, caso haja o diagnóstico de um problema grave, há maior agilidade para que o paciente receba o devido encaminhamento. É preciso ter protocolos rígidos de acionamento e comunicação da equipe nos casos de resultados críticos.

SEGURANÇA

Assim como qualquer outro serviço prestado à distância, o telediagnóstico evoluiu, e continua evoluindo, conforme o avanço das tecnologias em saúde. Por isso, atualmente, conta com imagens de alta resolução, graças a uma combinação entre aparelhos digitais e softwares modernos. Dessa forma, especialistas interpretam imagens de qualidade, favorecendo um diagnóstico confiável e seguro. Vale destacar que os laudos produzidos à distância são assinados digitalmente pelo especialista responsável. Também, o compartilhamento das informações de saúde do paciente ocorre somente por meio de plataformas de telemedicina, que são acessadas apenas por meio de login e senha, e que têm respaldo na legislação brasileira.

Tanto o telediagnóstico como as plataformas de telemedicina tem sua regulamentação segundo normas do Ministério da Saúde e do CFM. A Portaria MS nº 2.546/11, que trata do Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes, e a Resolução CFM Nº 2.107/14 (já citada), que regula a telerradiologia, são exemplos de diretrizes que estabelecem que os laudos on-line devem ser produzidos e assinados apenas por especialistas. O armazenamento das informações colhidas durante os exames ocorre de maneira segura nas plataformas de telemedicina, pois ficam arquivadas na nuvem, eliminando o risco de perda ou extravio de resultados em papel.

VANTAGENS

  • Agilidade;
  • Redução de custos com especialistas presenciais;
  • Cobertura de férias;
  • Segunda Opinião;
  • Mais qualidade para os exames;
  • Maior satisfação dos pacientes;
  • Democratização da saúde;
  • Troca de experiências e conhecimentos;
  • Garantia de segurança;
  • Diminuição das taxas de reconvocação de pacientes;
  • Acesso a médicos de diversas especialidades;
  • Rapidez no acesso aos resultados de exames;
  • Agilidade para o início do tratamento ao paciente;
  • Redução de tempo e custos da saúde.

DESAFIOS

  • Aparelhos com alto custo;
  • Acesso à banda larga de alta qualidade em algumas regiões;
  • Necessidade de profissionais treinados;
  • Quebra de resistência;
  • Ampliação de conhecimento por parte da classe médica;
  • Entraves burocráticos para aprovação de novas tecnologias;
  • Necessidade de conexão de banda larga devido ao tamanho elevado dos arquivos.

 

EXAMES MAIS COMUNS

Cardiologia: eletrocardiograma (ECG), Holter de ECG digital, Mapa.
Neurologia: eletroencefalograma (EEG), polissonografia.
Radiologia: radiografia, tomografia computadorizada, mamografia, densitometria óssea, ressonância nuclear magnética
Pneumologia: prova de função pulmonar

TENDÊNCIAS

A telemedicina no Brasil e no mundo está em expansão e os avanços vão acontecer de forma gradual e natural. No Brasil já há tecnologias avançadas em fase de testes e as inovações só não chegam mais rápido ao mercado devido a demora em processos burocráticos para validação. A tecnologia é vista como a forma de democratizar o acesso à saúde como um todo, não só nas questões relacionadas a diagnóstico e tratamento de doenças, mas também com um importante papel para monitoramento e prevenção. Portanto, o telediagnóstico será algo cada vez mais presente na vida de todos os brasileiros. Implementar estas tecnologias e tipo de serviço não só aumentará a autonomia de clínicas médicas frente aos pacientes, por mostrar preocupação com agilidade nos processos e acesso a profissionais renomados no país, como trata-se hoje de uma saída para redução de custos.

 

REFERÊNCIAS

O que é Telediagnóstico e como funciona?

Telediagnóstico

Tecnologia está transformando a saúde, agora precisamos usar com sabedoria