7 de fevereiro de 2022

Crianças nascidas com Zika possuem 11 vezes mais risco de morte

Por Angélica Baptista Silva

Crianças nascidas com síndrome congênita causada pelo Zika vírus têm 11 vezes mais risco de morrer durante os primeiros três anos de vida do que os demais.  É o que aponta um estudo inédito, realizado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, da Fiocruz Bahia. O levantamento faz parte da pesquisa “Plataforma de Vigilância de Longo Prazo para Zika e suas Consequências”.

Dos quase 11 milhões e meio de nascidos vivos no Brasil, entre 2015 e 2018 três mil 308 foram diagnosticados com a síndrome. Doze por cento deles morreram no período do estudo.

Os resultados da pesquisa mostram ainda que, tanto na fase neonatal quanto após o primeiro ano de vida, crianças portadoras de Síndrome Congênita da Zika têm mais risco de morrer. Até os 28 dias de vida, essa possibilidade é sete vezes maior do que para as crianças sem Síndrome. O número aumenta ainda mais entre 1 e 3 anos de vida, faixa etária em que a possibilidade de uma criança com a Síndrome vir a óbito é 22 vezes maior.

A professora Enny Paixão, autora do estudo, avalia que os resultados são alarmantes, mas também esclarecedores. E que é preciso implementar condutas que ajudem a melhorar a sobrevivência dessas crianças.

Além de investigar as principais causas das mortes registradas entre crianças com a Síndrome Congênita da Zika, o trabalho também comparou essas causas nas mortes de crianças sem a Síndrome. E concluiu que a mortalidade por anomalias congênitas é muito maior.

Doenças infecciosas e parasitárias também estão entre as principais causas de morte neste grupo em comparação com crianças sem Síndrome. Depois de 1 ano de vida, óbitos por razões relacionadas ao sistema nervoso central passam a aumentar muito em comparação às crianças sem a Síndrome Congênita da Zika.

Saúde Rio de Janeiro 24/02/2022 – 19:02 Solimar Luz – Repórter da Rádio Nacional Zika Zika Vírus quinta-feira, 24 Fevereiro, 2022 – 19:02 2:54